CARNE (VEIAS E ARTÉRIAS)

Mas esta vida nos torna pedaços de carne

bonecas de louça e pano espalhados pelo chão

depois da tempestade jogaram o copo d' água

enquanto a pomba da paz se embebedou de vinho

então cá estamos

veias feridas e artérias abertas

vísceras expostas aos lobos e hienas

risadas e latidos por todos os lados

nossos gritos suplicam por misericórdia

mas chamas abafam agora nossas vozes

como andar pelos cadáveres

segredos e mentiras

os crimes que espalhamos pela escuridão?

talvez a espera pelo amanhã

enquanto as feras

porquanto a consciência se cala

o silêncio da alma sempre fala alto demais

Ronaldo Thomé
Enviado por Ronaldo Thomé em 21/06/2018
Reeditado em 21/06/2018
Código do texto: T6369752
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