Noturnidades(Poema 19)
Na lua translúcida e vagabunda rumam
Borboletas ébrias, o luar some em gotas
Vaporosas de nuvens cerradas.
O pio do mocho terrifica as folhas silvestres
Enquanto as estrelas divisam novas imagens
Que nunca serão decifradas por nenhum mortal.
Silvos silvestres ecoam na melodiosa caverna...
Caminho entrecortado por poeira milenar,
Ecos de litanias absurdas em idiomas antigos.
Sob os espectros claros, tudo se revela
Como um constante e vivaz movimento.
Dançam as cigarras sobre o seixo jogado
Na lagoa, as corujas piam conselhos que
Apenas elas seguiriam, a ebriedade se faz
No ar, na água e na terra nodosa.
E na lua que vigia o espectro turbulento,
O mistério caminha pelas praças levando
O vigor da natureza que nunca será esquecida.