IDENTIDADES

Eu me entendo muito bem...

Sei aonde aperta o calo...

Montada no meu cavalo,

Não dou boca pra ninguém...

Meu chicote apressa o trote...

Sequer quero que me notem...

Dou gostoso piparote,

Nessa imagem concebida...

O que sou não interessa...

Manterei-me em meu mistério.

Qualquer rótulo me engessa,

E me anula o cemitério...

Sou o vento em disparada...

Dor velada assintomática...

Essa curva enovelada..

Verso em rima acidentada...

No mundo voz atrevida,

Que grita sem ser ouvida...

Verdade que se esquiva,

De uma fé que é suicida...

Tentando subsistir,

Disforme do rotulado,

Neste corpo a resistir,

Sei-me ser, o que sonhado.

Não me faço de rogada,

Deixo a imaginação rolar...

Arme quem queira a cilada...

Arrisque o seu palpitar...

Veja o metamorfosear,

Dessa estranha borboleta,

Que da vida obsoleta,

Fugiu... Achou seu lugar...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 20/05/2018
Código do texto: T6341519
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