## PLENITUDE DO FIM ##
Plenitude do fim
Deitou os versos em cova rasa
onde a alma volta a esmiuçar
cacos desmetrificados, despedaçados,
de poemas dantes perfeitos.
Uns inda se firmam
em raízes sofridas;
tantos se vão, nenhures,
se dissipam entre as nuvens.
Escapa o negro pó
entre os dedos,
qual sangue cremado
de pulso algemado.
Corpo jogado
sobre águas infiltradas
seios acesos
revestidos de lama, uma dama.
Tanto o que se acha,
vazios que se encaixam
na plenitude do fim
e do crer não mais ser.
Um rosto sorri
no céu do precipício,
das letras verdadeiras
de nomes fictícios.
(Taciana Valença)