## PLENITUDE DO FIM ##

Plenitude do fim

Deitou os versos em cova rasa

onde a alma volta a esmiuçar

cacos desmetrificados, despedaçados,

de poemas dantes perfeitos.

Uns inda se firmam

em raízes sofridas;

tantos se vão, nenhures,

se dissipam entre as nuvens.

Escapa o negro pó

entre os dedos,

qual sangue cremado

de pulso algemado.

Corpo jogado

sobre águas infiltradas

seios acesos

revestidos de lama, uma dama.

Tanto o que se acha,

vazios que se encaixam

na plenitude do fim

e do crer não mais ser.

Um rosto sorri

no céu do precipício,

das letras verdadeiras

de nomes fictícios.

(Taciana Valença)

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 16/05/2018
Código do texto: T6338170
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