A reunião dos corruptos.
A Vergonha envergonhou-se e, corada, retirou-se.
A Honra, desonrada, procurou água ou sangue
Para prontamente lavar-se.
A Coragem tremeu de medo
E o Medo congelou-se em arrepios.
-Onde esconderam-se os Brios?
A Honestidade soluçava
Em um escuro canto da sala
Incrédula em suas convicções.
O Caráter fez-se torto
E e em espasmos convulsivos
Desfaleceu.
A Ética já idosa, amparada pela Moral,
Abandonou o recinto num pranto irremediável.
O Civismo a tudo e a todos observava incrédulo.
A Probidade, lívida, engulhava em ânsias de vômito.
A Justiça deixou cair a balança ao chão
E quedou-se boquiaberta frente àquela obscenidade.
E a turba de corruptos
No centro daquela casa
Em pleno gozo impune
Gargalhava de prazer imune
Para a Pátria estupefata
Que da platéia assistia
Aquele asqueroso conclave.
*César e Catilina. Mural de Cesare Maccari.(1882-1888)
A Vergonha envergonhou-se e, corada, retirou-se.
A Honra, desonrada, procurou água ou sangue
Para prontamente lavar-se.
A Coragem tremeu de medo
E o Medo congelou-se em arrepios.
-Onde esconderam-se os Brios?
A Honestidade soluçava
Em um escuro canto da sala
Incrédula em suas convicções.
O Caráter fez-se torto
E e em espasmos convulsivos
Desfaleceu.
A Ética já idosa, amparada pela Moral,
Abandonou o recinto num pranto irremediável.
O Civismo a tudo e a todos observava incrédulo.
A Probidade, lívida, engulhava em ânsias de vômito.
A Justiça deixou cair a balança ao chão
E quedou-se boquiaberta frente àquela obscenidade.
E a turba de corruptos
No centro daquela casa
Em pleno gozo impune
Gargalhava de prazer imune
Para a Pátria estupefata
Que da platéia assistia
Aquele asqueroso conclave.
*César e Catilina. Mural de Cesare Maccari.(1882-1888)