O beija-flor

O beija-flor voltou das estrelas e espera

guarda a passarela do banco da praça

que rio sem graça é esse que passa

sem recado e sem notícias do planalto.

E ele sobrevoando meus sentidos

bate as asas procurando por abrigo

que não digo seja a ausência e o perfume

mas como de costume cerze o verso.

O que dela não nos surpreende (a mim e ao beija-flor)

é o que se desprende de um fluxo de luz

se derrama sobre o palco, belo e urgente

que me repreende quando digo que a amo.

Ah! Que indício verdadeiro seja o de teu, colibri

quando estive por aqui e sonhei os olhos dela

que antes sonhavam outros sonhos, aquarelas

que não guardo, ardo a reverter ao meu amor.