O CREPÚSCULO DOS SÉCULOS

O CREPÚSCULO DOS SÉCULOS

”... eis que as trevas cobriram a terra,

e a escuridão os povos;...” Is 60:2

O Sol matiza o céu da tarde.

Da tarde dos Séculos no mistério do Tempo e da História.

Uma grande era despede-se no estágio final de um ciclo.

Um copo de vinho tinto já foi dado às nações. A Águia Celeste

Observa o planeta. As flores de hidrogênio prenunciam seu perfume.

Um Leopardo encanece e vigia. ...E o Crepúsculo acontece.

O homo metálicus reina, entronizado,

Sobre os metais da Grande Província.

Gigantes de aço e pedra! – Torres de mercancias...

Cidades. Descidas. Dragas de pedras vivas... Babel!

– Moradas de corpos opacos.

O homem construiu seus impérios com

Sangue, ossos e carnes. E cernes de almas...

E vidas rendidas e cativas no universo

Da Negra Oficina dos reinos da renascida Atlântida.

É tarde. É muito tarde... E os enigmas são cânticos abertos.

Abertos a todas as gerações. Mas os peixes estão cegos e surdos

Na vaidade e na hipnose dos cotidianos, nos rios e nos mares...

Colméias. Formigueiros. Abelhas que zumbem, zumbem.

Comem. Dejetam. Injetam. Vegetam.

Infestam arranha-céus! – Sobre

Vivem...

Formigas nas locas das bocas dos becos. Nas Sodomas...

Nas Gomorras de planaltos e planícies!...

É tarde. É muito tarde... E as parábolas se definem

Em histórias reais, sem dramas nem segredos. Mas os cavalos

Amarelos ofuscaram as mentes e reconstruíram a História. E mataram as ovelhas...

É tarde. É muito tarde...

É quase hora de apagar a luz.

É quase hora de calar os lobos.

É quase hora de parar as máquinas.

É quase hora de acender o pavio que fumega.

É quase hora de Keffah sair da casca de noz.

É quase hora... Próximo momento de queimar os molhos.

Chegou a hora do Crepúsculo.

O Tempo de sair de Babel,

De plantar o trigo nos montes

E de voltar ao Éden.

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SGV (Agosto de 1994 – Maio de 2012)