POLIFONIA
Meu fetiche:
um espetáculo ímpar.
Um espectro ressequido.
Para me espigar,
ao esputar frente ao espelho,
na face que vi,
tudo ali.
E se os ímpios vierem às
minhas rodas,
e nestes pisos rudimentares,
rodopiarem...
Como num samba,
dançarem nessa rosa;
captarem toda à nóia,
impedirei que parem!
Enfurecido, escureceu.
Emudeceu o olho,
cegou o ouvido,
que brechava frestas
sem furos,
e sobre o murmúrio
da multidão correndo,
lendo,..
lento em vão.
Lá se vão
roupas vermelhas,
carmas,
carnes,
arde,
arme!
No entanto,
uma égua
pariu meu sonho.
Haréns etílicos,
vão retundindo
síncopes,
falares,
vestibulares,
exames ilógicos,
vá de reto,
cordifólio!
Carros,
batem-se
entre pisos alvores;
entre temas;
entre “loves”;
entre cenas;
entre postes;
entre lemas;
entre pobres;
entre sendas;
entre motes;
entre Helenas.
Tomaram tomadas,
choques, chãos.
Crianças,
criados.
Casais,
ancestrais.
Linhagem,
lavagem.
Dólares polares,
pandas...
Extinção!
Por enquanto,
um catarro orgástico
me resseca os cantos.
Entretanto,
reitero:
tamanho este deleite!
Desvi um RABO DE PEIXE!
Quem?
Foi, foi, foi
o trem.
Quem?
O trem!
O trem,
lá,
lé,
lei refém,..
democracia,
hierarquia.
Semana que vem foi.
Irei ontem
que ia.
Passa, agarra.
Amassa,
perde,
verde, graça,
quem?
Foi, foi, foi
o trem.
Quem?
O trem!
Hein?
*ESCRITO EM PARCERIA COM A POETISA YVANA RODRIGUES.