A casa
Anda inquieta, parece querer falar algo...
Estalos estranhos, até parece estar viva,
Enquanto isso, com o suor, a face, salgo;
Indiferente aos barulhos, abro a escriva.
Redijo e pensar voa, feito uma borboleta...
Ainda no casulo, tecendo asas em cores,
Que brilharão ao sol, até findar ampulheta;
Bater de asas curto, beijando seus amores.
Vida breve, delicada, ah! E a casa, fala, fala...
E não diz nada, estala o teto, a telha, a sala,
Finjo que não ouço; relógio trabalha, palha;
No bico da Juriti fazendo o ninho na calha.