Ecos

Uma sala mística existe em mim,

Paredes feitas de tijolos maciços translúcidos

Com um chão tomado de branco

E uma altura forjada no infinito

Dentro desta sala, reflete-se o eco

Das lembranças do futuro

Impressas no passado

O eco atordoa meu instintos,

Atravessa meus sentidos

Há uma corrente em meus pés,

Um grilhão ligado a um fardo pesado

Cada pequeno anel, desta imensa corrente

Uma voz, um olhar, um julgamento,

Uma ideia não acabada, uma imagem

Em forma de mosaico

Esta corrente, formada

Apenas pelo abstrato,

Corrói não apenas meus calcanhares,

Pois ela está presa em minha alma,

Mas toda estrutura de um ser

Julgado incompleto

Nada deveria me impedir,

De abrir estas paredes

De escavar esse chão

De voar por estes ares

Tão longínquos, belos

E ao mesmo tempo arrebatadores

Mas, nesta sala há uma porta,

E está porta, a qual eu aguardo

Em profundo sono, que seja

O quanto antes aberta

Me segura e me impede (através da eterna esperança,

Dum dia ser aberta),

De romper com estas divisões

Duma sala que nunca existiu