ANJO IMAGINÁRIO

Minhas asas estão prontas para o voo se pudessem,

Mas meu corpo cansado da lida as impede.

Eu retrocederia se pudesse, pois eu seria mais

Feliz se permanecesse imersa no tempo viva.

Às vezes imagino que sou um anjo que pretende

Afastar-se da dureza desse mundo, cujos olhos escancarados,

Boca dilatada e asas sempre abertas...

É esse o aspecto desse anjo o qual imagino

O rosto direcionado ao passado onde ver uma cadeia

De acontecimentos, uma catástrofe única que acumula

Incansavelmente ruínas sobre túnel e as dispersas aos nossos pés.

Ele gostaria de deter os maus feitores,

Acordar os "mortos" e juntar os fragmentos,

Mas uma tempestade sopra-o do paraíso e prende-se

Em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las.

Essa tempestade o impele irresistivelmente

Para o futuro ao qual ele vira as costas enquanto

O amontoado de ruínas cresce até o céu.

Essa tempestade é o que chamamos progresso.

Chego à maturidade super carregada de conhecimentos

E experiências, embora não sendo de fato um anjo benfeitor,

Mas, deixo a minha contribuição ao mundo: o meu legado.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 21/02/2018
Reeditado em 15/06/2023
Código do texto: T6259804
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