A febre do sonho
O corpo quente faz sonhar
Na noite fria .. uiva,
A febre do sonho, os pensamentos viram lavas,
O vulcão do imaginar.. desperta,
A tormenta dos mares elevam,
N'águas de vapor, a insolação da mente,
Regulariza o horror, normaliza o devaneio, os olhos descrentes,
Vassalos ardentes,
Que bom!! o tormento é passageiro (será??)
A alucinação dormente de todo sonho, e de todo pesadelo,
No suor que a testa chora,
A razão esperneia, enquanto a bruxa solta,
A loucura delineia,
As novas retas .. que raciocinam como curvas,
O abstrato .. que torna o físico uma dúvida,
O dividido indivisível,
Espíritos em fotos,
O medo à procura,
Experiências extraterrestres,
Paisagens campestres nunca vistas,
Desejos partidos, que na vida são apenas promessas,
No navio-fantasma da fantasia, em que são peças de teatro,
Essenciais na navegação,
Aparições circunavegam,
Ameaçam, exploram as costas,
Dialogam,
Em uma trama trivial,
Que parece conhecida, morosa,
Então mostra a sua face surreal,
Balbucia, fala e não entendemos as palavras.
Apenas as sensações.
Nos sonhos, isso não é incomum.
Quando há febre, sempre há com o quê imaginar.
Sempre há o medo, com o quê duvidar.
Na febre do sonho, o corpo grita!!
Não mais suspira, sua,
Sua .. loucura, quando a mente aflita,
Toma conta do pensar,
Manipula a razão,
Faz o mais cético suspeitar, que pode ser verdade,
Que a vida é ainda mais louca,
Que a existência
Mais ruim do que boa,
Quando é pesado, feio,
O labirinto, de fogo, ou gelo,
Que a alma se perdeu,
Que o corpo debate,
Como o peixe fora d'água,
Razão é o oxigênio,
Sonhamos,
Pelas misturas mais caóticas,
Com os mais insensatos sentimentos,
Pela tontura mais metódica,
É a febre do sonho.