Onde o vento uiva

Maldita seja a criatura que me olha,

Solitária na noite.

Maldito seja o silencio da noite

E todos seus ruídos medonhos...

Na noite sentado pelado,

O vento que parou,

O cachorro que não late mais.

Maldito seja aquele que me olha,

Nessa cabana maldita,

Onde estou ficando louco

E poderia até mijar nas calças...

Alguém esta lá fora

Caminhando em círculos,

Ele observa de fora

E eu de dentro...

Não vou dormir

Quero ver seu rosto,

A cabana treme,

Algo voa lá fora...

Eles me querem

Malditos que são,

A cabana treme...

A noite é longa

O medo também.

A madeira grita,

As arvores cantam

As canções do inferno.

A cabana treme,

Vejo pela janela

O maldito que me olha...

Ele esta lá

Sem se cansar,

Esperando eu morrer.

Aquele maldito

Que anda em frente à cabana

Como abutre a espera de carniça.

Algo anda no telhado,

É quase de manhã.

Algo bate na porta

Algo sussurra meu nome

Algo sorri no escuro.

O escuro da montanha

Com suas arvores medonhas,

Suas malditas trilhas

Que ninguém devia seguir...

O frio ganha forma,

Alguém bate na porta com força,

Alguém anda no telhado,

No escuro que amedronta...

Alguém abre a porta,

Com passos firmes caminha

E com mãos frias me enforca...

Maldito seja aquele

Que o frio soprou,

E no escuro forma ganhou.

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 21/01/2018
Reeditado em 24/01/2018
Código do texto: T6232250
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.