Onde o vento uiva
Maldita seja a criatura que me olha,
Solitária na noite.
Maldito seja o silencio da noite
E todos seus ruídos medonhos...
Na noite sentado pelado,
O vento que parou,
O cachorro que não late mais.
Maldito seja aquele que me olha,
Nessa cabana maldita,
Onde estou ficando louco
E poderia até mijar nas calças...
Alguém esta lá fora
Caminhando em círculos,
Ele observa de fora
E eu de dentro...
Não vou dormir
Quero ver seu rosto,
A cabana treme,
Algo voa lá fora...
Eles me querem
Malditos que são,
A cabana treme...
A noite é longa
O medo também.
A madeira grita,
As arvores cantam
As canções do inferno.
A cabana treme,
Vejo pela janela
O maldito que me olha...
Ele esta lá
Sem se cansar,
Esperando eu morrer.
Aquele maldito
Que anda em frente à cabana
Como abutre a espera de carniça.
Algo anda no telhado,
É quase de manhã.
Algo bate na porta
Algo sussurra meu nome
Algo sorri no escuro.
O escuro da montanha
Com suas arvores medonhas,
Suas malditas trilhas
Que ninguém devia seguir...
O frio ganha forma,
Alguém bate na porta com força,
Alguém anda no telhado,
No escuro que amedronta...
Alguém abre a porta,
Com passos firmes caminha
E com mãos frias me enforca...
Maldito seja aquele
Que o frio soprou,
E no escuro forma ganhou.