Uma estrada qualquer
Dancei com a morte
E fiz questão de pisar o pé
Corri contra o tempo
E voltei no momento
De retroceder o progresso
A partir do inverso
Bebi no cálice da vida
Dei goles e mais goles
Para tentar me imortalizar.
Sai de casa quando era criança
Amadureci na hora errada
Precocemente fui pai de eu mesmo
Parti corações, fiz questão
Segui a vida como não era para ser
Fui além do que podia querer
Carreguei lixos nos bolsos
Procurei tesouro em miolo podre
Achei moedas sem valor.
Busquei razões para continuar
Fugi do amor que vinha me roubar
Maculei lençóis puros, só por diversão
Voei por céus nublados
Lá tinham gotas de tristezas
Às vezes choviam
Perdi os sapatos e andei descalço
Sobre brasas, me queimei
Passei por tudo e/ou quase nada.
Uma estrada qualquer, eu caminhei...