Minha parte morta
Num início de tarde, dessas insignificantes
Eu conversei com minha parte morta.
Perguntei-a:
Por quê morrestes?
Vivestes tão intensamente
Tão bem seus poucos dias de vida
E agora parece que nunca existiu.
A qualquer momento essa parte de mim morreria.
Eu vivo matando uma parte de mim
Num tal de ritual de transição
É algo necessário.
Entre multidões, eu sempre visito
minha parte morta
Ouço seu silêncio e a sinto...
Como as folhas das árvores quando são tocadas pelo vento.
Elas até sorriem.
A minha parte morta está sempre viva dentro de mim.
No panorama de minha figura humana, ela sempre está lá, adormecida...
Por vezes, vaga
Só vaga, e não busca compreensão...