Quem está feliz não vê Deus
Você pode crer
que Deus é um germe, um verme
ou todo átomo,
mas creia, sim, que Ele, enfim
é tudo isso.
Ele é vida
e toda a vida é Deus.
Deus é para os combalidos
e até o bandido quando não vê saída,
apela por Deus.
Deus é o inexplicável,
é claro, que, para o que se pode explicar,
porquê clamar por Deus?
Quem está feliz não o vê
e nem sequer se lembra de agradecer,
e quero ver uma folhar sequer cair,
sem a Sua permissão,
mas, entenda, que não é a Sua mão
a derruba-la.
Usa-se esta expressão,
porque quem programou as estações,
foi Deus.
O germe, um verme,
o trigo.
O cego que canta e encanta,
o menino franzino e abandonado,
que se supera e que a todos surpreende,
só é surpresa pra nós.
E não é Ele, quem com furacões,
destrói populações,
são só os descrentes, inconsequentes,
que se colocam na direção do vendaval.
O rio não invadiu a minha sala
e não foi ele também quem destruiu
toda a mobília.
Eu é que construí numa área que já era sua.
Me faltou respeito.
Deus é um estado de espírito,
uma mão, a última fronteira
e a paz que sentimos ao praticar o bem,
pois tudo se vai,
tudo de novo vem
e isso é física,
essa coisa de reação em cadeia,
essa eterna competição entre fé e ciência
e a ciência, com paciência,
o que é senão,
a criatividade de Deus?
A gravidade, a gravidez,
o raciocínio, a estupidez,
rotação, translação
e um sol exatamente para a nossa proporção.
Me diga que mãos arquitetaram tudo isso?
Você pode continuar meditando,
mas não demore muito,
pois até o nosso tempo,
quem controla é Deus
e religião não tem nada a ver com religiosidade.
Felicidade e tristeza,
são dois lados de uma mesma mesa,
onde se sentam o bem e o mal
e onde a nossa opção
é o cardápio principal.