Nuvens límbicas

Opus copus,

Abracadabra,

Nimbos, sonhos,

A vida é um limbo,

As nuvens límbicas,

Abra-te sésamo,

A vida é um pranto,

As emoções lá em cima,

Os olhos veem,

A mente sente,

Interpreta,

O corpo reza,

Despreza,

oh doces mundanos!!

Ou se entrega,

oh torpes românticos!!

Vê a vida numa nuvem, vê tudo em suas curvas,

Se chora, ou se ri,

As nuvens cantam,

E eu sinto,

Casto ou liberto,

Se são de algodão branco,

Ou se estão temperamentais,

Os olhos cheios d'água,

Se pregam, se molham,

Eu ressinto,

E meu sentir jamais,

Se dissipa pelo ar,

Se o céu está nu e o sol reina,

Ou se são as estrelas, serenas,

As emoções são nossas,

Nos convidam,

Ou nos forçam,

Quando não pedimos,

No susto, na voz grossa,

Súbito, somos meninos,

Se somos nós que as chamamos,

São as nuvens, ou a paixão pela vida,

Longe de qualquer cadeia,

De alimentos,

De pensamentos,

De pecados,

De cimentos,

Na lua cheia,

Mesmo de remorso,

É no contato solitário,

E próximo,

E as confissões, os medos, as dúvidas,

girafas e dromedários,

Nas nuvens límbicas,

Em seus desenhos e cores,

Cúmulos, cirros,

Saudades, criança,

Medos, horrores,

Que ardem, que cansam,

Na roça,

Com os pés sujos,

Sente a nuvem, o céu, que pertence a tudo,

Que é tudo seu, monopólio,

Vendedor de sonhos, de fantasias, de ódios,

Que se vende, queria flutuar, e flutua,

Queria só amar, mas odeia,

Queria só ser sábio, mas também é demente,

Queria só esperar, mas socorre, sofre e foge...