O Grito de Zartra
Acordei no abismo
Cintilei nas luzes frias
Nos que me prendem ao cinismo
Matei com flores a dor vazia
Se acordei no escuro
À minha frente vi grades de marfim
Se te partes, esconjuro
Vá de Retro, prisão sem fim!
Lacrimejei só fantasia
Das celas, dos altos muros...
Acreditei! Ora, doce alegria,
Se o falasse, então, gritaria!
Aqui morrerei,
Olhando paisagens geladas,
Meus olhos presos a Opus Dei
Óh, criador, não me esqueca!
Cristo, filho de Deus, nesta prisão desça!
Salve nos das grades de marfim
Das mãos incrédulas que se levantam
Manuseando um suposto fim
Posto em grades solitárias
Enquanto dormem os serafins
A rusga do infame sem pranto
Abre o livro das almas
Não há o que possa ser santo
Ilumine as masmorras, acalma
Rio de Janeiro, praia de Ipanema 04/11/2017