Mal Dito Lugar

Estou presa neste lugar.

Desde quando me dei conta,

E não importa o quanto possa andar...

Não consigo sair deste lugar.

Logo no primeiro andar,

Uma mesa de tênis de mesa

E, no meio, alguém a fotografar

É muito estranho, este lugar.

Não sei bem se consigo me lembrar,

Mas na entrada deste estranho lugar,

Talvez houvessem algumas barracas...

Bem na entrada do primeiro andar.

E, pelo elevador, após embarcar,

Subi até o próximo andar.

Avistei várias portas a abrir e fechar,

De outros elevadores neste andar.

Algumas pessoas a sair e entrar,

Nos elevadores deste andar.

E as portas a abrir e fechar,

Nos elevadores do segundo andar.

Andando pelo corredor deste andar,

Tento em uma grande sala entrar,

Mas parece-me, ali dentro, nada estar,

(nada a habitar, nada a respirar, mas talvez algo a espreitar)

Então volto apavorada ao elevador do segundo andar.

Apavorada, rapidamente tento apertar

O botão para algum outro andar.

Algum funcionário em minha direção a andar,

Espera que eu faça o elevador esperar.

Mas tenho medo e forço-o a fechar,

Para que me leve ao terceiro andar.

O local é aberto, tem puro ar...

Mas é estranho, deve ser o último andar.

Mas deste lugar não consigo me safar...

Não são três andares, posso provar...

Infinitos andares tem este lugar...

E, dele, não consigo viva me livrar.

Devem ser as mesmas pessoas neste lugar,

Sempre, o tempo todo, até eu não mais aguentar.

Aqui ficar, aqui andar, aqui enlouquecer e odiar...

Não aguento mais andar neste estranho lugar...

Ando por todos os andares novamente, mas devagar...

Ando depressa por todas as pessoas, a me encarar...

Não estou gostando nem um pouco deste mal dito lugar...

Alguém me livre desta loucura, pois é capaz de eu me matar.

Só pode ser um lugar a me torturar...

Alguém me tire deste mal dito lugar!

Se ao menos o elevador pudesse me sufocar,

Para me livrar deste mal dito lugar.

Não há lugar aqui em que eu possa relaxar...

As pessoas estranhas daqui podem muito bem me matar.

Mas preferem me encarar, falar, caluniar e torturar...

Bem que odeio este mal dito lugar...

Não sei quando e porquê vim para este lugar,

Não consigo, a saída, sozinha encontrar,

Mas não tenho mais forças, nem mesmo para procurar...

Procurar a saída deste mal dito lugar.

E, se daqui sair, não sei se encontro outro lugar,

Em que eu possa entrar e me identificar.

Este mal dito lugar, seria meu verdadeiro lar?

Não sei se outro lar poderei algum dia conquistar.

(Ou se algum estranho lugar poderá novamente meu coração comprar)

E esses olhares gélidos a me amedrontar...

Não tenho a mínima vontade de me enturmar.

Quando essas vozes irão parar de me torturar?

Procuro, desesperadamente, a saída deste mal dito lugar!

Odeio esses olhares a me caluniar!

E essas vozes, distantes e graves, a me secar!

Se vocês têm máscaras, gostaria de desmascarar...

Mas não tirem a minha, senão vão me machucar.

Mal ditos deste lugar...

O que é este lugar??

Não me tirem mais, jamais, deste lugar...

Talvez eu morra se aqui não mais estar (não me encontrar).