PIPOCAS

Palomas, palomitas

Alvas aves libertinas

Suas asas vêm da espiga

Palomas, palomitas

Entre estouros de casulos

Voam num impulso

Para um céu tão impreciso

Voam rumo ao lume do infinito

Palomas, palomitas

Ultrapassam o alumínio,

Da panela revestido...

Vento ao rosto despenado

Que minuto esperado!

Palomas, palomitas

Caem ao chão, convictas, pobrecitas

De que a senhora Liberdade chegou.

São pipocas sem destino

Que não piam, não bicam nem ciscam

São as aves que migram

Para fugir do ardor

Para abandonar o pudor

E, livres, cantar como um condor.

Do espanhol

Palomas: pombos

Palomitas: pipocas

Isis do Vale
Enviado por Isis do Vale em 19/11/2017
Reeditado em 19/11/2017
Código do texto: T6175925
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