PIPOCAS
Palomas, palomitas
Alvas aves libertinas
Suas asas vêm da espiga
Palomas, palomitas
Entre estouros de casulos
Voam num impulso
Para um céu tão impreciso
Voam rumo ao lume do infinito
Palomas, palomitas
Ultrapassam o alumínio,
Da panela revestido...
Vento ao rosto despenado
Que minuto esperado!
Palomas, palomitas
Caem ao chão, convictas, pobrecitas
De que a senhora Liberdade chegou.
São pipocas sem destino
Que não piam, não bicam nem ciscam
São as aves que migram
Para fugir do ardor
Para abandonar o pudor
E, livres, cantar como um condor.
Do espanhol
Palomas: pombos
Palomitas: pipocas