Caminhos - Uma inexorável queda em risos e prantos - LXII
Nas curvas da noite,
quero deitar-me hoje
longe de teus pratos
frios de artimanhas
e desapreços,
no lugar escolhido
quero abandonar
o cigarro que jamais
fumei e despejar
o vinho jamais brindado;
no amparo negro quero
apagar o abraço que nunca
ganhei e queimar em chama
os beijos de serpente que
carregavas em seu bolso
inadvertente,
nos meus meandros
impassíveis, caso algum
anjo ludibriante resolver
afagar meus prantos
ou risos a ele cederei
apenas:
as curvas das minhas
noites negras...