Fantasmas
sozinhos
pelados e
calados
aprisionados
espionados e
vigiados
se comunicando por linguagem de sinal
na escuridão total
juntos exilados
da vida social
dois corações quebrados
fatigados de uma separação fractal
um par de olhos molhados
chorando água com sal
pernas e pés cansados
de uma fuga sem final
esperando apodrecerem
até em fim sobrarem as almas
livres para gritar seus segredos.