ESPÍRITO DE PORCO
A cada dia, mais longe;
a cada hora, menos monge
e muito mais um babuíno
macaquiando, tocando sino.
Sem saber exato onde,
em que lugar se esconde
o ser maior - o divino -
que não tem signo.
Pergunto. Ninguém responde
ao duque onde está o conde.
É meu cunhado, irmão, meu primo;
um espírito de porco - um suíno.
Que me julgue, que me sonde,
mas que me deixe ir no bonde
e que eu sirva de arrimo
a quem mais prezo e estimo.
Bendigo a planta, a fronde
da palmeira que não se esconde
quando despetalo o verso e rimo,
enaltecendo o amor eu me suprimo.