Pescadores do mar

A paragem do rio

secou-me a alma,

roubou-me as águas,

as mesmas que fizeram-me lágrimas

de todos os choros teus.

O rio deixou-me só,

desceu contente, cantando

rumo ao oceano

para lá fazer suas ondas

com a carne dos meus desenganos

e a maré com a minha alma

que come o mar,

enche e seca

mata e cria

e tantas almas a pescarem...