O UNIVERSO CAÓTICO DO MEU SER
Para dar sentido a uma profusão caótica de ideias,
Para compreender o meu universo íntimo,
Sobrevoei os confins da linguagem;
E em busca de novas vivências,
Mergulhei então nas águas misteriosas
Do desconhecido e do inefável.
Para colorir os meus versos
Com tonalidades de sentimentos
E de sensações tão contrastantes entre si,
Busquei me inspirar
Na riqueza das minhas próprias experiências.
A minha vida, com seu dinamismo,
Oscila entre as alegrias e as angústias;
Entre o sofrimento e o êxtase;
E, por fim, entre o amor pela vida
E a revolta profunda e anárquica.
Hoje posso ter nítida percepção
De que os paradoxos presentes no meu íntimo
São indispensáveis para descortinar
Outras vias de compreensão do meu ser.
Enquanto o meu amor pela vida
É capaz de edificar novas perspectivas;
A minha desilusão e inconformismo
Contra o imperialismo da morte
São perseverantes para demolir
As miragens dos enganos do mundo.
Entre a beleza resplandecente do amor
E a veemência que promana
Da minha lucidez desiludida e inconformista,
(Enfim, entre a afirmação que ergue
E a negação que desfaz barreiras ),
Mantenho-me em constante conflito
Com o meu próprio ser;
Mas ao mesmo tempo, imbuído
De uma profunda percepção de mim mesmo,
Já consigo acender com a frágil lanterna
Da minha consciência
Os insólitos recantos da minh'alma.