Perdendo-se no eu
Um dia o sol se pôs e eu... Eu não mais me reconheço!
Não mais reconheço meu rosto, não mais reconheço meu eu,
O que eu fui um dia, tudo se foi! Nada ficou além das vagas lembranças.
Tudo agora está como jamais fora, quem é quem aqui ou lá?
Aqui mesmo ou lá, respondo não se sabe... Pois nesse dia, desse sol,
Que se deitou e levou-me sem trazer-me de volta. Sim eu fui!
Agora não me são dadas tantas claras provas da perca de meu próprio eu,
Porém, do encontro dele mesmo com o que um dia achou-se perdido!
Estranho relembrar palavras que abandonavam atuais fatos.
Como poderia aquele eu tentar matar o que se mostra agora?
Afogando-me em meu próprio eu, deslizando todas as forças para alguma resposta.
Uma resposta, outro pôr do sol, ou talvez... Um nascer da lua!
Não há reconhecimento em um espelho, não há conhecimento na sua imagem!.
Uma mente que morreu e uma que nasce algo intensamente marcante!
Algo extremamente fatigante, que distorção ou alienação, mutação?
Nada de ãos ou nãos... Apenas é preciso um espelho quebrado.
Apenas é preciso algo para encaixar-se com o novo!
Apenas é preciso um novo espelho, para um novo eu, um novo ser.
Nada de fatigar-se atoa, correr sem direção ou morrer em vão!
Em fim, encontrar-se á uma nova porta, aparecer novamente em órbita.
Cair dentro de si com uma resposta? Não...
Cair dentro dos novos e distintos eus que nascem, novos e vários!
Loucura? Jamais, pois a biblioteca mais forte ainda é o sonho...
(17/09/2015 – Júlia Trevas)