Queda de Heitor

Meu corpo desaba

Meus olhos padecem

Areia, sangue, agonia

Tremem minhas mãos

Lágrimas de quem amo

Alento último, ofegante

Que me enlaça

Meu encontro prometido

Portões enfim abertos

Dor, miséria, morte

Arauto fui de tantas

Mestre em eras tais

Trazendo fatídica libertação

'té vital sopro rompido

Escárnio sobre mim

Fumaça esvaindo vaidades

O tempo germina desgraças

Congela inglórias aspirações

Corvos almejando vísceras

Anoitecer infalível abraça-me,

Único imortal, o fim!

Isaque
Enviado por Isaque em 16/09/2017
Reeditado em 18/09/2017
Código do texto: T6116117
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