O grande Zebu da terra seca

A paz de nosso povo

Foi interrompida

Pela grande fortaleza.

Dias escuros estavam por vir

Dos homens brancos que dela saíram

Pareciam de um lugar bem distante

Os grandes homens brancos...

Quando chegou a nossa terra

Cuspiu no chão

E suas entranhas se viraram de nojo

Daquilo que era pobre e sem valor...

O homem branco ao longe cravou os olhos

Em uma terra há muito tempo esquecida

Pelo grande Deus Zebu

Assim dizia a lenda...

Nosso povo ali ficou

Vendo o homem branco

Ficar desconfortável com a seca

Eles não queriam nossa ajuda...

O homem branco até parecia um demônio

Quando parecia morto, ele voltava.

E mais e mais deles vieram...

E agora eles traziam correntes

E assim meus irmãos foram levados para terra de muito longe

Onde nenhum de nos havia visto

Para longe de nossa tribo...

Mas a ganância branca é sem fim

E mais e mais eles querem

A terra esquecida eles querem

La esquecido e sozinho ele dorme...

Talvez seja o destino do homem branco

Talvez seja sua provação

Talvez eles morram...

O homem branco tem um Deus diferente

E por isso se acham especiais

Mas aqui seu Deus não tem poder

Esta é a terra seca de Zebu

Aqui os cascos dele tocam tudo...

O homem branco com medo olhou

E tremeu, quando o vento sussurrou Zebu.

Eles viram a imensidade de suas terras e logo cobiçaram...

Com pouca água e comida

O homem branco caminhou para longe

O grande homem branco mercador de escravo

Logo estará diante do senhor da seca...

O coração do homem branco é escuro

Destrói nossa tribo para ganhar dinheiro

Leva nossos irmãos para longe

Pisa na terra seca do grande Zebu...

Na terra de longe

Onde a poeira é pesada

E os escorpiões tem tamanho de homens

Onde não pode deixar pegadas...

Os homens com os lábios secos

Para o horizonte olharam

E tudo que viram foi terra seca

A angustia crescia...

Atrás de suas pegadas

O grande Zebu estava olhando

Com seus olhos empoeirados e sua língua escamosa...

Os homens brancos estavam sozinhos

Diante do sol estava o grande Zebu

Que com olhos negros olhava os humanos

Enfurecido ele estava...

Os homens viram e tentaram fugir

Mas estavam fracos e doentes

A doce loucura anda entre eles

E o senhor medo paira em seus ombros...

A terra seca os castiga

O grande Zebu caminha em sua direção

Seu pelo preto brilha diante do Sol

A postura de um grande touro que não pode ser abatido...

Os homens brancos tentam atirar

Mas os projeteis atravessam sem fazer nada

Os chifres do grande Zebu

Atravessam seus corpos frágeis...

La de longe

Um nativo

Agradece o grande Zebu

E ele ficando em duas pernas o cumprimenta...

O ultimo homem branco fica em choque

Ao ver tal cena

O grande Zebu para ele olha

E vai a sua direção...

Ao ver de perto a imensa imagem do grande Zebu

O humano viu que ele tinha mãos

E ele era maior do que um touro comum

Seus brincos de ouro brilhavam em suas orelhas.

Toda terra seca ficou em silencio

O Sol pareceu se esconder

E com uma voz que parecia vir da própria terra seca

O grande Zebu amaldiçoou o homem branco...

Diante deste grande Zebu

Andando sobre duas patas

Intimidando o fraco homem branco

Turvando sua pequena mente...

E o humano espumava pela boca

Atormentado pela imagem

Dos grandes chifres

E a postura de um Deus antigo...

O homem branco se foi

Atormentado pelo Zebu da terra seca

Nosso protetor

Que vigia a terra seca para que a tribo viva em paz...

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 12/09/2017
Código do texto: T6112063
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