Homem brinquedo
Dentro da caixa de brinquedos
Melancolia disfarça a euforia do abandono
Brincam comigo enquanto ecoo gritos de socorro
O que estão fazendo comigo!?
Porque eu não morro!?
Hora da brincadeira
A sorte está lançada
Se a sorte voar ou não ao meu favor
De qualquer forma serão pintados esboços de pavor
Enquanto para enfeitar o jogo ninam uma canção
Me torturo: serei hoje a peça da diversão?
Avançam-se os peões e o jogo continua
Recuam-se as cabeças e a verdade se revela nua e crua
Sacrificam-se os peões e o jogo acaba
Salvam-se os cabeças com a vitória alcançada
Mais risadas dos olhares de cima
Suas produções deterioram o clima
Neblina tóxica ambienta nosso lar
Agarrado pela ponta do pé
Espero com olhar estático a nevoa passar
Segurado de ponta cabeça
Da caixa de brinquedos nunca irei escapar.