Seres de Cristal


Era tudo um azul muito escuro,
Mas eis que surge,
Em meio ao breu, um ponto de cristal.
Ponto que vai aumentando o tamanho,
Trazendo consigo ecos de galope eqüino.
À medida que se aproxima,
O céu é coberto por um verde muito escuro,
Que vai clareando conforme vai surgindo um horizonte.
Surgindo então uma profusão de cores,
Estas se acasalam numa dança sensual.
O som aumenta, galope veloz, cascos contra a terra.
Luzes e sombras, surgem siluetas,
Homens e animais, corpos de cristal.
Lume a cortar como lâmina o escuro.
E o firmamento explode em vermelhos alaranjados.
Para depois fingir que desaparece,
Para ressurgir em bola de fogo,
Que de ameaçadora,
Acaba por ser engolida por garganta surgida no horizonte.
Nasce assim, espécie de crepúsculo oculto,
Emana energias, fluxos de calor,
Os laranjas avermelhados atenuam-se
Em azuis prateados, fluxos de frio.
Espanto do olhar, o trotar de seres de cristal,
O atropelo, o embate, a fuga do horizonte.
Choques, confrontos, explosão das formas de cristal,
Fragmentos se espalham como que novas estrelas.
Muitos pontos de brilho,
E se houve um sol que quis nascer,
Exausto foi adormecer.
Então agora era escuro, mas já não era treva.
Havia uma abóboda celeste ponteado de brilhos.
Brilhos fixos, que rebeldes ganharam movimento.
E o distante se fez perto, o minúsculo ganhou visibilidade.
Seres de cristais, centauros a vagar pelas galáxias.
Selvagem em seu galope, na busca da velocidade,
Querendo nela perder para encontrar a liberdade.
E asas bateram , águia e cavalo, lendário pégasus,
Super nova, anãs , buracos negros,
Morrendo em sombras para renascerem em luzes.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 06/08/2017
Código do texto: T6075765
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.