Para os dias frios

Minhas palavras brancas

de névoa

escorrem pelos meus pedaços

e neblinam.

Meus olhos são um casal.

Bolinhas de gelo azul

translúcido,

e guardam pupilas sapecas

que pupilam de frio.

Minha cama é azul,

meu quarto é azul.

O chuveiro lança granizo

sobre meus fios de cabelo.

Os pés frios

descalços.

Estou nua na neve,

e a brisa seca meus lábios,

que se repartem.

São carne viva.

São como o que há

por detrás deles.

A janela parece chorar,

gotas de frio escorregam.

Gotas de gelo escapam.

Ou são os olhos que se desfazem?

Alessandra Martins
Enviado por Alessandra Martins em 14/08/2007
Reeditado em 28/08/2007
Código do texto: T607286
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