Para os dias frios
Minhas palavras brancas
de névoa
escorrem pelos meus pedaços
e neblinam.
Meus olhos são um casal.
Bolinhas de gelo azul
translúcido,
e guardam pupilas sapecas
que pupilam de frio.
Minha cama é azul,
meu quarto é azul.
O chuveiro lança granizo
sobre meus fios de cabelo.
Os pés frios
descalços.
Estou nua na neve,
e a brisa seca meus lábios,
que se repartem.
São carne viva.
São como o que há
por detrás deles.
A janela parece chorar,
gotas de frio escorregam.
Gotas de gelo escapam.
Ou são os olhos que se desfazem?