PLANETA À MÍNGUA
«À memória do mestre Vieira»
Espantosa a preocupação por todos os Media
Acerca “Da gestão dos recursos do planeta terra”.
Estão travando, todavia, uma ignóbil guerra
Porque direccionados para uma audiência-serva.
Audiência-serva, porque ouve, não fala e só consome
Quer dizer, come, bebe, vegeta, deixa-se comer
E agora, pois, já abre a boca até às orelhas a ver
Que está em perigo a subsistência e o seu próprio nome.
Audiência-serva, que fecha os ouvidos aos “roncadores”,
Anestesiada por falsa ideia do seu bem-estar;
Audiência-serva que, minimizando o seu explorar,
Vive de olhos vendados e não vê seus “pegadores”;
Audiência-serva, que se deixa alienar p´ los “voadores”
Que enredam o dia-a-dia aos iludidos inocentes,
Injectando em suas almas os falsos ingredientes
E, tarde de mais, descobre o “polvo” do seu mar de horrores.
Audiência-serva, condenada a mudar de estatuto,
Que nunca descobriu nem descobrirá, por mal ou bem,
“Quem quer mais do que convém, perde o que quer e o que tem”,
Pregava, mestre Vieira, p´ ra todo este MUNDO bruto!
Planeta à míngua, sim, que corre o risco de implodir…
Será qu´ os torpes arguidos não se estarão a rir?
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA