Noturno para repensar o coração

Tu me segues?

Ou eu Te guio?

O que Tu fazes, tão perto de mim,

às vezes, subindo como flor

pela varanda de minha alma,

banhando minhas sombras de sândalos,

amanhecendo meus dias embebidos

nas águas das criaturas vivas?

Assim me confundo com sol e lua,

na esperança de Ti, dos Teus caminhos,

um fruto que sou, junto aos ninhos,

prestes a cair ao solo

e a se despojar para os silêncios.

Entregarei então as espumas dos meus dias,

as esperanças enrubescidas,

as chamas dos sonhos apagados pelas salivas,

o anjo que dormiu na pedra.

E será Tu que me guiarás

à Terra de nunca mais esperar.