Nosso grande Deus do lixo
De longe a fumaça
Misturava-se com o escuro do céu.
Nossos sonhos queimados
No meio do fogo era possível ver
A carne cair dos ossos...
No meio do terror
Do céu, fogo caía.
E o lindo jardim foi queimado...
Corremos para lugar nenhum
Somente par morrer
Muitos correram com seus corpos queimados.
Que Deus é esse?
Neste fim de mundo
Esperamos por alguém
Que lá do outro lado traga conforto.
E ele veio...
Nossa fé estava no chão
Quando ele veio.
Ele deu tudo.
Tudo o que o humano podia querer...
Todos ficaram felizes.
Os olhos se encheram de ganância.
E um Deus desconhecido
Habitava os corações vazios...
Lindo como tudo.
Seus olhos azuis
Levaram à cegueira o povo.
Com palavras doces...
Vindo de tão longe.
Estamos tão felizes.
Não estamos mais sozinhos...
Sangue para o novo.
A mais bela garota,
Aquela com a voz doce
Deve morrer...
Um remorso devora meu coração.
Mas era preciso.
Para termos futuro.
Sem o sangue dela, estaríamos mortos...
Mas sua voz ainda canta em minha mente.
Não posso aguentar.
Doce, uma inocente,
Que morreu sem saber o por que...
Ando meio avoado com isso tudo.
Não sei se estou certo
Mas o céu negro foi embora.
O fogo do céu foi embora...
Sinto que nada posso fazer.
Apenas observar.
E ver as garotas morrerem
Por um Deus que vive no escuro...
Que a face nunca mostra.
Só vemos seus longos braços
Que tiram tudo àquilo que tem valor
Para esse povo pobre...
Cem anos depois
Descobrimos que nosso Deus é um demônio.
Tão antigo quanto o mundo.
Deixamos ele falar...
E mais uma vez
Eu estava vivo,
Como castigo
Por apertar a mão dele...
No começo ele era bom.
Mas a vila cresceu, e ele também.
Suas mãos ficaram frias.
Apenas a morte o abraçava...
Ele se trancou em sua mente.
Nunca deixou os humanos se aproximarem.
Um grande Deus caído em sua própria loucura.
Seu rosto de caveira ele começou mostrar.
Era um pressagio.
Algo ruim estava vindo...
Do escuro, de muito longe,
Ele gritou e toda vila se assustou.
La do fim do mundo
Ele começou a se mexer...
Suas costas eram magras.
Seus braços eram esqueléticos
Mas tinham força...
Com seus olhos vazios.
Ele olha a vila,
Tentando mostrar que é um Deus.
O mundo é um lixo.
E ele como Deus vê que nada pode fazer.
Nesse momento ele viu que foi coroado Deus do mundo lixo.
Nosso grande Deus em depressão.
Meu povo morre sem saber o porquê.
O povo quer sangue.
Nosso Deus do lixo também...
O antigo Demônio que virou Deus
Logo se viu traído.
E sua mente louca deu ideias...
Sua carcaça imunda esta em direção
A casa dos Deuses.
Eis aqui um velho Demônio,
Que foi coroado Deus,
E se viu traído.
Seus irmãos senhores do universo,
Um por um caem mortos.
O grande Deus do lixo
Ergue-se como uma besta sem controle...
Meu mundo, seu mundo.
Caí em lagrimas.
Nossos Deuses caíram.
E os Demônios também.
A grande guerra acaba...
Quero que meus ossos
Sejam enterrados bem no fundo da terra.
Já vivi demais.
Preciso morrer...
De meus ossos um novo mundo virá...