Chá Ocidental
creio que te perdi
pela timidez
das palavras tortas
esfaceladas no céu da
boca
e perdidas
pelas ruas
e ônibus errados
desdes subúrbios
te perdi, creio
pelo olhar
espichado, deitado
e comprido
porém
apavorado
de ver tua imagem
real
e olhar no teu
rosto as mais
pequenas rugas
e sardas
colores.
te perdi
pelas indulgências
pelo individualismo
sagrado
que carrego junto
ao meu espaço privado
e ao passo
do decoro
e da pomposa
virtude.
E mesmo que não
cresse
na tua impureza original
e na tua nata
naturalidade de existir
e ser e
transformar,
diria
'assim
és tu'.
diria e diria a noite inteira
talvez em silêncio e para
com meus próprios pensamentos
E dia e noite
diria à a saudade
de ti
e do que seríamos
juntos
diria como nos
perdemos
e este
foi o mais
belo
final
que traçamos
pelos caminhos
da fantasia
e dos
contos
de fada.
Diria que
existimos
ainda
Mesmo que não cresse
na tua
vontade de viver
as mais
exíguas
lorotas
e deboches
ou escárnios
da realidade,
mesmo que
não cresse
na tua
mera
vontade
de existir.
Diria que
ao passo
Somos donos
de nós. E só.
Honrados como sonhadores.
Assim que
mesmo
ou talvez
te perdesse
como
água escorrendo
pelo meio dos dedos fartos
por preguiça
e insegurança,
é claro
por robustez
da realidade
ao tato
isto é, ensejo incessante do
desejo
do cortejo
do olhar
e do
beijo
do pranto
tanto
quanto
do espesso
insurgente
do tenro
e do alento.
Do espaço
caldo
de
éter
é claro,
que preencheu
co copo
de trago.
E aquele ´
momento
ébrio
da ocasião
ao acaso
Junto do nosso
atraso
e talvez
por mais
um par de causos,
voltei
depois
e até mesmo
antes
de acontecer
pra ter certeza
por as cartas
na mesa.
Onde nos vimos à noite
depois das onze. E
também
adiantado
quando o mundo tinha
se atrasado
e nós
nos perdido
no cálculo.
antes
também
de tudo
ter acabado.
antes do passo
e do látego
voltei.
E
quando cheguei
à fronteira
dos estados
lancei um
brado
e a fina
película
da epiderme
se dissolveu.
se rompeu
como seda
ao fio
da faca.
Adaga lançada
à maciça polpa
oca
dos fatos e dos causos.
Dos estados
e cálculos
significados apáticos
e
sacralizados
introjetados
por massa de substâncias
sintáticas
morfológicas
epistemológicas.
exuberadas como chá açucarado das cinco da
tarde.