Anjos e Rosas - LXXIX

Por que

depois de plantar

no meu seco e frio

deserto o mais

belo amor-perfeito

- tu lembrastes

que tinha, de fato,

muito de anjo e

demasiadamente

pouco de restos

humanos?

Por que

deixastes escorrer

de seu sorriso até

mim o mais esplêndido

céu para depois

- deixar-me na

mais gélida terra

firme a ver passar

cães, dores e

áridas lágrimas?

Por que

entre taças de vinho

restou-nos apenas

- a farsa das

asas dos dissimulados

querubins?

Por que tinha

que ser

assim?

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 19/07/2017
Reeditado em 27/08/2017
Código do texto: T6058647
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