Anjos e Rosas - LXXIX
Por que
depois de plantar
no meu seco e frio
deserto o mais
belo amor-perfeito
- tu lembrastes
que tinha, de fato,
muito de anjo e
demasiadamente
pouco de restos
humanos?
Por que
deixastes escorrer
de seu sorriso até
mim o mais esplêndido
céu para depois
- deixar-me na
mais gélida terra
firme a ver passar
cães, dores e
áridas lágrimas?
Por que
entre taças de vinho
restou-nos apenas
- a farsa das
asas dos dissimulados
querubins?
Por que tinha
que ser
assim?