Ponto Esparso 2

Encontrei-a parada

no pé da esquina,

de verde casaco.

Carregava barriga

de um longo caso.

Foi o que falara

enquanto fingia.

Era mais prático;

Era sua esquina;

Era seu espaço.

Qual meu nome?

Ela não sabia.

Disse sentir fome:

Não mais os fazia.

“Qual seu nome?”,

que eu vestia.

“Seu ponto é onde?”,

perguntou-me, aflita.

Eu não sei,

não me lembro.

O que eu fazia?

Lhe perguntei:

Nem ela sabia.

Seu braço segurei;

Descemos correndo.

A avenida subia

apressando a noite:

Algo nos perseguia.

Seu último cliente,

de faca à vista.

Mancava, contente:

Nos queria.

Ela estava ciente:

Era o fim da pista.

Disse, estridente:

“Continue, querida.”

“Até o último ponto

você corra.

Lá, haverá um moço:

pergunte-lhe o seu.

Talvez eu morra.”

“Deve ser 141 o ponto,

não o distorça!

Não faça alvoroço:

Honre o meu nome

depois que eu morra”

“Meu nome é Ivana.

Agora, vá.

Tome, meu casaco:

Melhor não há.”

Grávida Ivana

correu à ele.

Com cara de asco;

Quebradiça pele.

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Com brasa e cinza

gravei o número

em mim mesma.

Não encontrei ainda.

Talvez me esqueça.

Findara o dia

E eu, dispersa,

seguia a avenida.

Avistei o dito cujo:

Um quatro um, luz

[acesa.