Surrealidade

Perplexo por anomalias, incessantes, as neuróses que me corroem, repugnantes

O laço que atrofia dói, são bem distantes, enquanto as dose de pinga vai, delirantes

A carta que escrevi não vai, está tão longe, acabaram de me rotular, um meliante

Já tenho fardos para carregar, iguais a antes, a rua teve que me criar, foi preocupante

Eu mesmo tive que me salvar, do mar de sangue, já não tenho lágrimas pra derramar, no meu semblante

Foi dificil de me segurar, por um instante, naquela hora eu quis matar, foi alarmante

Sem lugar para chamar de lar, fiquei distante, não tive em que me apoiar, era importante

Me perder pra me encontrar, interessante, talvez eu consiga mudar, o horizonte

Desisti de tentar jogar, fui operante, enquanto tentavam me derrubar, muitos farçantes

Minha alma foi agonizar, horripilante, então tive que protestar, fui militante

No vale das sombras fui andar, um viajante, da morte tive que desviar, reconfortante?

No teu peito é onde eu queria estar, aconchegante, por favor venha me resgatar, é torturante

Não ter ninguém para abraçar, é agravante, perder para valorizar, é petulante

Desde que eu decidi ficar, fui relevante, ver alguém se identificar, gratificante

O teu sorriso no meu olhar, predominante, a sua voz ao me abraçar, ofegante

Acho que dá tempo de eu melhorar, to confiante, ter seu corpo em meio ao mar, é delirante

São poemas para recitar, fascinantes, e mais histórias para contar, extravagantes

Tive tempo de me apaixonar, foi radiante, mas uma hora teve que acabar, deselegante

Com drogas para traficar, comerciante, e a polícia para me cobrar, é desgastante

Pra lua tive que cantar, fui um amante, e mil mulheres para apreciar, exuberantes

Ao mundo fui me entregar, um aspirante, mil demônios para exorcizar, foi assombrante

Não tive tempo de recuar, sou atacante, vai ser dificil de me segurar, to indo avante!

Juan JCP
Enviado por Juan JCP em 27/06/2017
Reeditado em 27/06/2017
Código do texto: T6038934
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