239 (És a estação em que nasceu).

Nasci no Outono

Lua minguante

Numa terça-feira

Nasceste na Primavera

Lua crescente pra ser cheia

Na mais linda segunda-feira

És como a Primavera

Cópia leal

Por onde passa

Deixa rastros de Flores

Rosas e Girassóis

Numa fragrância de encanto

Que eleva e enleva

O mais firme Coração

Seu Sorriso é preparo

À Luz e calor do verão

Em tua presença paro.

Da alegria, és verdadeira estação

Estação da Vida

Que apraz parar

A Primavera

Poderia ser dobrada

Só de Primavera viveria

As Flores em mim

Finalmente floresceriam

Conseguiria, enfim

Saber fazer viver Flores

Num jardim titilado

Pelo sereno

E então, o Verde viria

Numa sorte

Numa sina

De esperança

Trevos

Em suas quatro pontas

E em seus dois setes

Brotariam em mim

Mas, nasci no Outono

Estação melancólica

Equilibrada

(Nisso, não correspondo)

Apática

E amena

As folhas caem na inércia

Este "entre ser e não ser"

Nem frio, nem quente

Nem florescer

Destarte, o cinza me cai bem

Os tons escuros

Como a Noite escura

E o laranja do pôr do Sol

Que é mavioso

Mas tão breve

É essa brevidade que há em mim

O belo e o tênue do entardecer de

Outono

Os dias são curtos

Mas as noites são longas

E de pensar em ti

Contudo, o Outono

Parece ser tão colorido

Em seus vários tons

de folha que caem

Pressinto o Inverno

E tu, anuncia o Verão

Eu somo nossas datas

E intitulo o poema

Vejo os climas

Nossas fases

E as da Lua

Constato que

Sou estação

Sou Outono

Perto do Inverno

Sem Primavera

Ou Verão