Barquinho na rua da Quimera...
lembrando o barquinho de papel,brinquedo de criança que "navegava" pelas sarjetas nos dias de chuva...






Retumbante trovão,à tudo estremece!
Precipita a bátega em caudaloso rio
Pelas sarjetas da rua da Quimera desce,
Minh’alma pressente o tempo de estio...

Lembrando,de menino, em papel,o barco,
N’águas revoltas,incerto destino,pudera,
Deixada para trás, esquecida a quimera...
Singra minh’alma,em mim, deixando rastro.

Ah!Que a poderosa procela tornou calmaria,
E na sarjeta, parado ficou o barquinho leve,
Não roguei pelo vento d’outono,pois,sabia
Que minha viagem calma,pois, seria tão breve...

Triste fim de quimera,deveras,não nego!
Contudo,cheguei à derradeira nascente...
À tola ilusão ,sem temor,tornei-me cego,
Acordou,em minh’alma , ventura dormente!

O tosco barquinho levado pela ventania,
Voou bem alto rumo às estrelas aflitas,
Deslumbrado,cantei à ascensão bendita,
Ouvi mavioso acalanto que não conhecia...