Da minha janela...
Da minha janela já vi de tudo,
Coisas que quero esquecer,
Outras que vou lembrar para sempre,
Muitas me fizeram sofrer,
Outras me alegraram...
E tantas me chocaram...
Da minha janela vi muito sexo,
E pouco amor,
Também a desilusão e a dor...
Vi a morte e o nascimento...
Vi o poente e o amanhecer,
E muitas gentes renascer...
Da minha janela, vi esperanças...
Olhares inocentes... Lágrimas, corrupções,
Misérias e doenças...
Guerras e paz, gente morta...
Quem ainda não viveu, e já morreu...
Vi lápides, romarias do divino...
Da minha janela vi as flores morrerem,
Florestas se queimarem... A terra tremer...
Fumaças poluições... lavas de vulcões,
Enchentes, pessoas que ficaram na mão...
Vi tudo pegando fogo, o fim do mundo...
Vi a glorificação, e outro mundo reaparecendo...
Da minha janela fiquei observando,
Tudo acontecendo. Então compreendi,
Que somos os réus, que um dia fomos julgados,
E que aqui fomos deixados
Porque somos condenados...
Cláudio Domingos Borges