BREVIDADE ETERNA
Eu vivo
numa ilusão
de que, na realidade
minha realidade
é apenas ilusão
Quando, na verdade
minha ilusão
é a realidade
Eu caminho
sobre um muro
dando murro
na ponta da faca
que afaga
Na esquizofrenia pura
de quem procura
o escuro
mesmo tendo o claro
Eu furto
num surto curto
na brevidade eterna
escondida em cada esquina
pela vida que se vai
envolta em carnificina
Na alegria
cada vez mais rara
a tristeza se faz plena
saindo de cena
a cada ato de desamparo
e pena