cortinas de fogo
Por favor, não me incomode.
Estou preso em meu mundo.
Deixe-me em paz.
Não pedi para falar com você...
Bem longe de tudo quero estar.
Prefiro a vista do manicômio.
Essa janela da realidade.
É uma bosta...
Com passos suáveis.
Com uma voz doce.
Quando a porta se fecha.
Meu mundo ganha vida...
Olhos alem.
E o mundo parece devagar.
Deixando minha culpa.
Estou livre...
No canto eles olham.
Aqui devo pagar.
Abrindo as cortinas de fogo...
Vejo como ontem.
Tentei impedir.
As cortinas se abrem...
E vi ela ir embora para sempre.
Depois do álcool.
E toda novidade da droga...
Como gigantes eles vieram.
Minha mente não estava aqui.
Abrindo as cortinas de fogo.
Vendo ir embora...
Por um momento eles não se mexeram.
Apenas olharam.
Observaram meu desespero.
Viram que tudo acabava ali...
Ela minha obsessão.
A garota que veio de longe.
Que me atormenta o sono.
Foi cedo...
Seus medos e fantasmas.
Ficaram comigo.
Como uma lembrança.
Vejo tudo isso sozinho no escuro...
Minha objeção.
Agora enterrada para sempre.
Mesmo em sonho.
Ela esta longe...
Quando a chuva cai triste.
Posso vê La caminhar.
Longe de mim.
Em outro mundo...
Depois de tudo que fiz.
Não posso te La de volta.
Sou um monstro...
Aqui sozinho.
Espero ela.
Mas os anos se passam...
Sinto frio.
E solidão.
Aqui sozinho...
Mas uma gota de sangue ira cair.
Meu corpo ira levantar.
Abrindo as cortinas de fogo...
Espero enterrado.
Por uma oportunidade.
Vejo que as coisas não são como imaginei...
Assim caminha a humanidade.
Debaixo da terra.
Assim vivemos.
Cristiano de Siqueira 29/04/17