ENTRE A VIDA E A MORTE
“O crime da Baleia”
O “jogo de vida e de morte”
Nas ondas da novidade
Entre o Bem e a Má-sorte
É estigma da Humanidade.
Não é Jogo, é um desafio
Pra quem é fraco e anão,
Desliza como num rio
Em caudal d´ exploração.
Tal postura de mau gosto,
Pantomina e brincadeira,
É uma tara de fogo-posto
D´ quem não tem eira nem beira.
Que diferença há neste horror
E o que se chama terrorismo?
Nenhuma, qu´ é crime de terror,
Delinquência e banditismo.
Jogo “entre a vida e a morte”,
Contradições e malfeitorias
É uma máscara de mau porte
E a maior das cobardias.
O ser humano é inteligente?
Não, e ele mesmo é um perigo
Pois não vê à sua frente
Uma quimera e um castigo.
Na ingénua história das gentes
Vai ardendo em lume brando
A matança dos inocentes
E os Maiorais dormitando.
Dormitando, digo bem,
A não ser que seja ócio
Ou, então, um outro alguém
Que se aproveita do negócio.
Seria pior que uma guerra,
E daquelas sem quartel,
Pondo em xeque toda a terra
Com “tsunami” de ódio e fel.
Já agora, porquê incriminar
Um pobre cetáceo azul
Que é livre para vaguear
Nos mares do norte e do sul?
Nunca haverá justificação
P´ ra esta vil mascarada
Apenas, e tão só, um senão
D´inteligência não tem nada.
E não esqueçamos a regra,
Que toda a moral embaraça,
Há sempre uma ovelha negra
Causadora da desgraça.
Desperta, bicho-homem, desperta
Está na hora de acordares,
Se não deres voz ao teu alerta
Tua honra irá pelos ares...
Se naqueles tempos de antanho
Existiu um bezerro dourado
A atracção de corpo-estranho
Está neste “mito azulado”!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA