AGALMA
Ao Jailton
Daquelas longas marchas que fazíamos
Lembro-me que queria obedecer ao regulamento
E olhava fixamente para a mancha branca
Que ressaltava da cabeleira em nuca do companheiro da frente!
Um ouvido na cadência que regia o choque,
Generalizando as patentes;
O outro pavilhão e bigorna nas ferraduras do galope;
Um olho na crina,
O outro olho nas sombras no páteo.
A depender do ângulo obtuso do sol mais alto
Estas se permitiam mais que a libido,
Insubordinadas energias no calor do asfalto.
Dos valores têmpera e agalma!
- Com ele eu cri, sem ver, em nada mais que a verdade,
Dos valores têmpera e agalma!
Sem olfato, paladar ou tato
Que a longarina, por exemplo, tem alma!
E aprendi que, mesmo sem sentidos,
A imobilidade não é boa qualidade para as estátuas.