Alma revelada
Sinta
nos versos pobres desse poetastro
poeiras de seus segredos,
de seus sonhos conturbados,
seus medos, seus escudos
seus ermos,
seus túrbidos sentimentos...
Veja suas asas atrofiadas,
seus pés
o viés de todos os seus passos,
seus rastros, distúrbios,
seus nefastos pensamentos
seu imo e seus derredores...
fite
seu rosto, sua solidão,
seus olhos,
os postigos d'alma,
e enxergue
toda névoa que lhe encobre
seu hálito,
palavras ébrias,
sem sentidos e sem rimas...
É ele o impuro anjo que declina,
n'alguém encarnou
numa mesa de bar...