Alma revelada

Sinta

nos versos pobres desse poetastro

poeiras de seus segredos,

de seus sonhos conturbados,

seus medos, seus escudos

seus ermos,

seus túrbidos sentimentos...

Veja suas asas atrofiadas,

seus pés

o viés de todos os seus passos,

seus rastros, distúrbios,

seus nefastos pensamentos

seu imo e seus derredores...

fite

seu rosto, sua solidão,

seus olhos,

os postigos d'alma,

e enxergue

toda névoa que lhe encobre

seu hálito,

palavras ébrias,

sem sentidos e sem rimas...

É ele o impuro anjo que declina,

n'alguém encarnou

numa mesa de bar...

BetoAcioli
Enviado por BetoAcioli em 01/05/2017
Reeditado em 01/05/2017
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