Acalento

O prato frio da vingança

se desfaz mais uma vez

ante fuga e andança

de saltimbancos nonsenses

de alta sensatez

vejo a vida e os meses

aos escárnios poéticos,

a ela o fim definitivo

de acessos extremos

de ligantes disestésicos,

a mim o resgate vivo

do que seremos e somos,

filhos queridos, reflexos

que inspiramos em nós mesmos

a fingirmos dislexos,

matreiros... vencemos

dor, solidão, medo,

desvendamos segredo

que estava contido

feito chave e fechadura

amanhã acordo cedo

a pensar na candura,

presunçoso e sedento,

e, então, me aguento

no auge da derradeira

vez em que ouço e repito

minha história inteira

e a mostro o que quero e sinto

na mais verdadeira

expressão de acalento...

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 22/04/2017
Código do texto: T5978492
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