Percurso
Estranho mundo que se forma
em graça, beleza, harmonia
e na rota das estrelas
nas noites frias.
Piso, mansamente, sobre os astros
do coração, e por vezes,
me queimo de imensidão.
Não sei mais quem sou...
talvez a coluna de um templo
que em meio à tormenta
só quer alçar seu encantado vôo.
Creio que o chão é firme,
mas o peito é uma roda solitária,
que gira inquieta, temerária
sem ter a claridade necessária
para sobrepujar a extraviada
matéria de que todos somos feitos
do começo ao fim da jornada.
A lua desvela pouco a pouco,
seus véus de paraíso,
para a alma que vaga
em dores e sorrisos.
E amanheço acreditanto sempre
num princípio
sem fim nem começo
onde estrelas submersas
na noite escura
constroem sua própria ponte de luz,
por onde caminha,
para seu ninho-horizonte
o rosto da ternura.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)