Percurso

Estranho mundo que se forma

em graça, beleza, harmonia

e na rota das estrelas

nas noites frias.

Piso, mansamente, sobre os astros

do coração, e por vezes,

me queimo de imensidão.

Não sei mais quem sou...

talvez a coluna de um templo

que em meio à tormenta

só quer alçar seu encantado vôo.

Creio que o chão é firme,

mas o peito é uma roda solitária,

que gira inquieta, temerária

sem ter a claridade necessária

para sobrepujar a extraviada

matéria de que todos somos feitos

do começo ao fim da jornada.

A lua desvela pouco a pouco,

seus véus de paraíso,

para a alma que vaga

em dores e sorrisos.

E amanheço acreditanto sempre

num princípio

sem fim nem começo

onde estrelas submersas

na noite escura

constroem sua própria ponte de luz,

por onde caminha,

para seu ninho-horizonte

o rosto da ternura.

(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 07/08/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T597198
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