Cão sem dono

Cão sem dono

Vago

às ruas desertas como cão sem dono

com a solidão que me ferra...

e sangro

à vida que se emperra

...e para,

nas noites que me lancinam

como golpes de punhal...

Saudades,

profundo, em meu peito, berram

transportam minh'alma às guerras

de forma descomunal...

sofro,

meus passos na contramão,

me tragam em desconstrução

nos trilhos que se encerram...

Pesam-me

os viscos dos sentimentos;

rabisco então meus lamentos

numa nênia de sofrimentos,

de cunho assaz surreal...

fecho

meu mundo tão pequenino,

pranteio qual um menino

c'o amor que o destino enterra...

BetoAcioli
Enviado por BetoAcioli em 04/04/2017
Reeditado em 05/04/2017
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