Cão sem dono
Cão sem dono
Vago
às ruas desertas como cão sem dono
com a solidão que me ferra...
e sangro
à vida que se emperra
...e para,
nas noites que me lancinam
como golpes de punhal...
Saudades,
profundo, em meu peito, berram
transportam minh'alma às guerras
de forma descomunal...
sofro,
meus passos na contramão,
me tragam em desconstrução
nos trilhos que se encerram...
Pesam-me
os viscos dos sentimentos;
rabisco então meus lamentos
numa nênia de sofrimentos,
de cunho assaz surreal...
fecho
meu mundo tão pequenino,
pranteio qual um menino
c'o amor que o destino enterra...