O Portal e o Reino da Fantasia

Há muito tempo atrás

Quando os homens ainda eram honrados

E as donzelas virgens gentis

Existia um reino além da fantasia

Tão sublime era a sua magia

Que o sol sempre pairava nos campos verdes

E as chuvas sempre caiam nas terras secas

A noite as estrelas dançavam no céu límpido

Sendo a lua a inspiração dos apaixonados

Como era belo o mundo para aqueles lados

Que nada se perdia na vastidão de todo agrado!

De vez em quando um (a) novo (a) viajante surgia

Atravessando sem querer o portal

Encontrando-se então em um universo sem igual

Onde espadas falavam a língua da justiça

Onde o medo dava lugar a coragem destemida

De lá nunca mais ele ou ela sairia

Esquecendo-se do seu antigo eu do outro lado

Das preocupações inquietantes do dia-dia

Das responsabilidades sem fim de uma vida maçante

Dando chances para se tornar o herói ou heroína de sua mente

Realizar façanhas além do tempo e da realidade

Apenas descritos nas lendas e contos de fadas

Que um dia se leu quando era criança,

Enquanto então seus amigos e família choram por ele (a) naquele vale sem esperança

Oh terrível ironia

Pois lá do outro lado do portal um sorriso novo se fazia

Uma nova identidade ganhava forma e se enchia de magia

Lá qualquer um poderia ser o que quisesse

Desde um rei reluzente com uma espada lendária tirada de uma rocha

Até um mago viajante

Com um livro mágico e um cajado com um enorme orbe brilhante!

Antigamente tal reino era mais visitado

Alguns o adentravam na última hora

Mas muitos conseguiam o visitar em seus sonhos

Poetas recitavam suas histórias

Bardos cantavam e tocavam musicas sem fim

Porém o verdadeiro legado foi passado de geração em geração

Por escritores corajosos

Homens inteligentes de corações nobres

Mas aos poucos a fantasia foi dando vez ao tédio da mesmice

A magia foi se perdendo em livros empoeirados e baús fechados

Sendo engolida por noticiários tristes e fatos miseráveis...

E assim apenas as crianças e poucos adultos chamados de bobos passaram a visitar tal reino tão belo e vasto,

Morreu-se quase toda juventude e beleza etérea no fundo de corações calados,

Oh poço fundo onde todo brilho de uma era foi enterrado!